Thursday, September 20, 2007
Rosa Pasmada - Gilda M. Souza - parte 3
No entanto de primeiro ele gostava daquele andar leve trazendo a presença dela de repente...Era como um perfume, que a gente não sabe donde vem e quando chega, nos envolve todo...Sentia mesmo um encanto estranho nessa Lúcia nunca pressentida, que brotava do chão, que às vezes, quando ele levantava os olhos do trabalho, estava ali, parada na sua frente, olhando...Então ele a agarrava, beijando-lhe a nuca, chamando-a de gata, porque as unhas longas lhe arranhavam o pulso e ela se desfazia das carícias, dizendo que "não Roberto...não...". Mas isso fora de primeiro, quando ainda havia bastante mistério entre os dois e ele imaginava aquele amor, se projetando no tempo, no infinito. Aos poucos porém, o convívio destruíra a poesia dos incidentes cotidianos e ele se sentiu diante duma paisagem muito vista, em que o fastio lhe impedia de encontrar o encanto das minúcias.
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