Thursday, October 29, 2009

Celebrações e pequenos velórios

Luxo, niver num bar delícia com pessoas queridas, muita bebida até perder o rumo de casa. Estava trilili não conseguia andar em linha reta pela rua. Há muito tempo não ficava assim, mas em dia de niver pode.
Percebi que durante um tempo, pelo menos até ter passado por todas as datas que minha amiga Ingrid estava comigo e agora não está mais, pois está num retiro espiritual e tudo o mais...Percebo que vou vivendo pequenos velórios sem corpo presente. No meio das celebrações pequenos velórios vão sendo vivido ao mesmo tempo. Antes do niver eu chorei a falta, ia durmir chorava, estava tomando banho eu chorava e aí me decidi, vou chorar e sentir falta quantas vezes forem necessárias e se for egoismo que seja não estou nem aí, sou egoista mesmo. Mas sinto falta sim, sinto saudades sim, choro, me descabelo e vou continuar. Não importa o quanto se tem de religiosidade, seja espirita, protestante, candomblecista, umbandista, budista...a falta é sempre a falta e por mais que tenha a convicção de que ela esteja no caminho dela e fico feliz por isso, ela não está mais na mesma estrada que eu e isso dói, pois nada preenche a falta de alguém.
É engraçado, pois quando terminamos com um namorado, perdemos um tempo imenso falando do demônio e chorando pelos cantos porque acabou chegamos até esgotar as amigas pelo tanto que falamos do ser, até que o corpo processe tudo e quando perdemos alguém que gostamos queremos logo esquecer e dizer que está tudo bem e coisa e tal, no fundo é só um meio de querer sofrer menos.
Pois eu decidi que vou sofrer o quanto for necessário como um final de relacionamento, pois mesmo que eu não queira todo final de mês meu corpo avisa e me lembra o que foi vivido, como ignorar ?
Me lembro do filme "Alguém tem que ceder", é aquilo Diane Keaton.
E nesses pequenos velórios as cinzas jogadas são internas e eu sigo em frente.

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